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NOVO BISPO AUXILIAR DO RIO DE JANEIRO: DOM CÉLIO CALIXTO FILHO

29 de agosto de 2020

Em 22 de agosto, dia da memória de Nossa Senhora Rainha, celebramos a Eucaristia em nossa Catedral de São Sebastião, dentro da qual tivemos a Ordenação Episcopal do monsenhor Célio da Silveira Calixto Filho, eleito bispo da Igreja para nos auxiliar na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Nesse momento de Ação de Graças, de bendição, nós pedimos ao Senhor que nos ilumine, pelo seu Santo Espírito para que seja feito de acordo com Sua vontade. E que Maria, Rainha do Céu e da Terra, seja o grande sinal colocado no horizonte do céu da nossa vida, a nos apontar na direção para Jesus Cristo, caminho que nos conduz ao Pai.
Agradeço ao Papa Francisco por nos proporcionar mais um bispo auxiliar para essa nossa grande cidade. Somos oito vicariatos que comportam dezenas de paróquias cada um, com as suas responsabilidades, e, em especial, sua missão. Temos necessidade dessa capilaridade da Igreja, ainda mais nesse momento da história que vivemos, e que não é apenas uma questão sanitária, mas também questões várias que deixam as pessoas indecisas e com muitas perguntas sobre tantos aspectos da vida. Com mais auxiliares podemos proporcionar a partilha de serviços, em especial essa maior presença da Igreja nesta nossa grande cidade.
Na Primeira Leitura que foi lida na ocasião tem a razão por constar o lema episcopal de nosso irmão que está sendo ordenado; e que nesse tempo, em que nós vemos tantos sofrimentos, tantas necessidades e tanta busca de Deus, também se torna para ele não só um lema episcopal, mas também toda uma direção e opção de vida: constituído em favor dos homens. Claro, para que as pessoas busquem a Deus, para que se salvem, mas também todas as necessidades do dia a dia. E nós somos testemunhas de como nós temos tantas necessidades, tantas solicitações, seja para poder acolher as pessoas, seja para poder educar na fé, seja para evangelização e missão, seja as questões sociais (alimentação, moradia, emprego, lazer, educação). Nós temos uma cidade bonita, maravilhosa, mas complexa. E necessitamos, cada vez mais, que essa presença da Igreja aconteça.
Nós temos lá na ponta os agentes de pastoral, aqueles que organizam e fazem seus trabalhos ligados aos seus sacerdotes, aos diáconos. Temos tantos aspectos muito bonitos, que enriquecem a nossa Igreja diocesana, mas sem dúvida que essa presença episcopal que se coloca a serviço das pessoas, em toda a humanidade aqui presente, é também muito importante e essencial. Tenho visto justamente que essa oportunidade é para nós esta Ação de Graças, essa bendição. E pedir ao Senhor para que monsenhor Célio, que está sendo ordenado bispo nesta ocasião, possa ser esse Homem de Deus, que junto ao povo, aos sacerdotes, a toda essa realidade da grande cidade, seja o sinal de levar as pessoas para Deus. Recordo que isso não é uma alienação, pois, quanto mais levadas para Deus, mas também com os pés no chão, leva as pessoas a viverem a vida cristã na fraternidade, na solidariedade, na preocupação uns com os outros, em uma sociedade marcada por tantas rixas, ódios, rancores, violência, intolerância, vinganças e tantas outras realidades que destilam fel pelas palavras e ódios manifestados. É aí que nós vemos essa necessidade da Igreja de ser sinal de comunhão, de unidade, no meio dessa sociedade. Mesmo sendo perseguida.
Aliás, hoje é o dia em que a ONU proclamou também de rezarmos pelos perseguidos por causa da religião. Entre os perseguidos, os cristãos têm sido muitos e isso não só longe daqui, mas também bem próximo daqui, de diversas formas e modalidades. Por isso é exigido de nós, junto com essa presença e essa proximidade às pessoas, não desanimarmos com os problemas que são colocados pelas perseguições que sofremos, mas quanto mais temos essas dificuldades, mais ainda trabalharmos para que o Reino de Deus aconteça, para que o anúncio do Evangelho seja proclamado.
E ao constatarmos as divisões, seja pelas questões morais que hoje são colocadas em toda a sociedade, nós vemos a necessidade de estarmos unidos e podermos compartilhar as nossas preocupações, nossas buscas e soluções.
Este momento é ainda mais um de busca da unidade, da comunhão, tanto aqui em nossa arquidiocese, como em todo o nosso Regional Leste 1 e em toda a Igreja. Essa busca da comunhão e da unidade no meio da diversidade de dons e de ministérios de serviços, hoje, sem dúvida, diante de um mundo questionador, de um mundo que persegue os cristãos, de um mundo que nos perturbam em tantas coisas, e nós temos aqueles que testemunham a comunhão.
Seremos julgados pela falta de comunhão entre nós diante de um mundo que necessita desse sinal e dessa presença. Por isso, hoje, ao conferir a ordenação episcopal ao monsenhor Célio, que será ordenado bispo para toda a Igreja, nós queremos pedir justamente isso, que seja constituído em favor dos homens, levando as pessoas para Deus, em favor das pessoas, também em favor das pessoas que transitam no seu dia a dia, nas várias realidades. Que possa ser, também, um elo de comunhão entre o povo, com Deus, entre si e com os irmãos e irmãs. Para isso, meus irmãos e irmãs nós temos a palavra do Evangelho hoje proclamado que nos anuncia que o essencial em nossa vida é o amor que Deus tem para conosco e, consequentemente, o amor um para com o outro. Aliás, esse é o tema também do mês vocacional: “Amados e chamados por Deus”. E porque somos amados, experimentamos o amor de Deus, por isso somos capazes de amar ao próximo pela graça de Deus, até dar a vida pelo outro, como recorda a Palavra de Deus para nós, caríssimos irmãos e irmãs.
O Evangelho nos coloca com muita clareza que nós servimos com amor aos irmãos porque somos primeiro amados pelo Senhor. E porque amados pelo Senhor é possível também amar até mesmo o inimigo, aquele que nos faz o mal. Poder caminhar nessa unidade, nessa fraternidade, e realizar o nosso desafio também para a nossa Igreja hoje. E, dentro desse sinal que nos é dado, nós vemos que amar e ser amado por Deus e amar os irmãos, como pede o Evangelho, é também um grande exemplo Maria, cuja memória celebramos hoje, uma semana depois da Assunção de Maria: Nossa Senhor Rainha - mostrando que nosso fim último é estar junto de Deus como Maria, mas para que nós possamos fazer ou estar lá um dia, supõe que nós possamos viver juntos de Deus aqui, no seu dia a dia.
Monsenhor Célio, com sua experiência monástica, também sabe muito bem que um dos aspectos para poder entrar na vida monástica que São Bento coloca na sua regra é se, verdadeiramente, busca a Deus. Ou seja, se realmente a pessoa não só aparenta externamente, mas de coração sincero, busca a Deus. Esta é a nossa grande missão no mundo de hoje: de poder, como Maria, responder “sim” ao Senhor, sabendo que nosso fim último é estar com o Senhor, mas enquanto isso temos que levar adiante o caminho de Belém, o caminho do Egito, o caminho de Nazaré, o caminho de Jerusalém, o caminho do Calvário, para que nós possamos viver intensamente a nossa vocação.
Que esse momento seja para nós um momento de alegria, mas de compromisso. De oração para nosso novo bispo auxiliar. Um momento de acolhimento, para que nós possamos cada vez mais, cada um de nós, fazer sua parte, nessa grande e bela missão, ser presença de Cristo nesta nossa grande cidade, que necessita cada vez mais dessa Igreja viva, animada pelo Espírito Santo. Que leve as pessoas a viver esse amor de Deus nas suas vidas, de amor um pelo outro, que se concretize não só apenas com as cestas básicas, com as quentinhas, com os cobertores, que em toneladas são distribuídas aqui na cidade, mas de coração aberto. Que realmente, como o mel que sai de seu coração, olhar um para o outro e dizer: “Como é bom estarmos juntos irmão, que se amam e caminham juntos”.
E, como consequência desse momento solene, sejamos gratos ao Senhor rezando pelas vocações: rezemos pelos sacerdotes, rezemos pela Igreja neste sinal de colegialidade, possamos viver cada vez mais com confiança e a esperança. Nesse final de semana choveu um pouco mais no Rio de Janeiro: que seja um sinal a fecundar todas as sementes já lançadas, e também as que serão lançadas pelo testemunho, pela palavra, pela missão de Dom Célio no coração das pessoas, pela sua missão episcopal que, depois de seu trabalho nas paróquias, no seu trabalho nos vicariatos agora se expande, não só na arquidiocese, mas no regional. E, ao mesmo tempo, sabemos que essa fecundidade, vai nos ajudar muito mais a viver com alegria essa nossa vocação e nossa fé. Que nós possamos ser testemunhas da ação do Senhor em nossa vida, em nossa caminhada.
E Dom Célio que vem para estar conosco, dentro dessa caminhada episcopal, que seja um sinal também de comunhão, de unidade, de fraternidade, nessa procura de ser essa Igreja presente na sociedade. Não só evidentemente aqui na cidade do Rio de Janeiro no nosso Regional Leste 1, mas inserido pela ordenação a todo o episcopado brasileiro e, também, mundial que possa com seu testemunho, sua palavra e sua missão a ser também sinal e exemplo dessa vida dedicada ao Senhor. Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist. Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ **** BULA DE NOMEAÇÃO DE DOM CÉLIO DA SILVEIRA CALIXTO FILHO Francisco, Bispo, Servo dos servos de Deus, ao dileto filho Célio da Silveira Calixto Filho, do clero de São Sebastião do Rio de Janeiro, até ao presente momento Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no Vicariato Episcopal Suburbano, constituído Auxiliar da mesma Arquidiocese e nomeado Bispo titular de Ségia, saudação e Bênção Apostólica. O Senhor Jesus, que enviou o Espírito Santo aos apóstolos, santificou-os, para que eles mesmos glorificassem o Pai sobre a terra e operassem a salvação dos homens, na edificação do Corpo Místico de Cristo. Assim, tendo diante de nós diligentemente conduzir pela palavra do Evangelho a Igreja e cuidar de cada uma de suas porções, dirigimos nosso pensamento à Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, cujo Arcebispo Metropolitano, nosso Venerável Irmão Orani João, da Santa Igreja Romana Cardeal Tempesta, O. Cist., nos pediu, em atitude de confiança, um auxiliar, por causa das peculiares necessidades do apostolado. A nós pareceu que este ministério possa a ti, dileto Filho, ser confiado. De fato, em ti se manifestam com evidência as necessárias virtudes da alma e de mente e o bom desempenho frente às atividades pastorais. Assim, com o conselho da Congregação dos Bispos, no uso de nossa Autoridade Apostólica, nós te nomeamos Bispo titular de Ségia e, ao mesmo tempo, te constituímos auxiliar da Igreja de São Sebastião do Rio de Janeiro, tanto como está estatuído pelas normas do Direito Canônico. Poderás receber a Ordenação Episcopal fora de Roma, de qualquer Bispo católico, observadas as normas litúrgicas. Antes, porém, deverá ser feita a Profissão de Fé e prestado o Juramento de Fidelidade a nós e a nossos sucessores, segundo as leis da Igreja. Finalmente, dileto Filho, nós te exortamos para que, com a máxima diligência episcopal que puderes, assistas o teu Arcebispo Metropolitano e também sirvas vivamente ao povo e ao clero, seguindo o propósito do bem-aventurado Apóstolo Paulo: “Tudo suporto por causa dos eleitos, para que eles também alcancem a salvação, que está em Cristo Jesus, com a glória eterna” (2Tm 2,10). Dado em Roma, junto ao Latrão, no vigésimo sétimo dia do mês de Maio, no ano do Senhor de dois mil e vinte, oitavo do nosso Pontificado. Francisco

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